O Hospital Martagão Gesteira está correndo o risco de interromper o funcionamento de 10 leitos de UTI. No meio deste ano, em junho, 10 outros já foram fechados. O contrato de prestação de serviços da empresa responsável pela UTI cardiológica do hospital filantrópico finda dia 11 de dezembro. Essa decisão é resultado de um impasse nas negociações para reajustar os contratos com o Governo do Estado.
Por ser um hospital filantrópico, todos os serviços ofertados à população pelo Hospital Martagão Gesteira são custeados por meio de contratos ou credenciamentos com as gestões públicas. Só em 2023, a unidade foi responsável por 68% das cirurgias oncológicas em pacientes de 0 a 14 anos, no estado. Foi responsável também por 43% dos tratamentos oncológicos, por 42% das cirurgias cardíacas e por 21% das cirurgias neurológicas. Em média, por ano, o Martagão realiza mais de 500 mil atendimentos em 27 especialidades médicas.
Em nota, o hospital revelou que, especificamente para a cardiopediatria, que inclui cirurgias cardíacas e UTI cardiológica, está há 12 anos sem reajustes no credenciamento feito com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Ainda segundo a unidade de saúde, está prevista a publicação de um novo credenciamento para a próxima semana e o hospital espera que os valores a serem pagos pela gestão estadual sejam atualizados.
“O Martagão continua empenhado na busca de soluções possíveis e perenes para evitar a interrupção de serviços, tão importantes para a população que mais necessita. Em razão de grandes esforços, os leitos de UTI ainda em funcionamento permanecerão abertos, com equipe própria. O risco existe para a continuidade da realização das cirurgias cardíacas”, informou a instituição em matéria publicada no Correio.
A Sesab informou, também em nota, que realizou pagamentos superiores a R$ 74,4 milhões ao Martagão, desde janeiro de 2023, para serviços como transplantes, cirurgias eletivas, leitos de retaguarda e UTI. A pasta também disse que reajustou em 25% o valor das diárias de UTI pediátrica e neonatal no mesmo ano.
“A Sesab permanece atenta e empenhada em fortalecer a rede de saúde pediátrica no estado, garantindo o acesso e a continuidade do cuidado a todas as crianças que necessitam. Casos que demandam cuidados intensivos ou cirurgias cardíacas pediátricas continuarão sendo acolhidos nas unidades estaduais de referência”, completou a nota publicada pelo Correio.