Retorno do horário de verão é “prudente”, mas ministro diz não estar 100% convencido

Após reunião realizada pelas principais autoridades do setor elétrico no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (19), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou o retorno do horário de verão.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em até 10 dias. Em coletiva, ele disse que outras alternativas serão estudadas, uma vez que não está “100% convencido” de que a volta do horário de verão seja a única e melhor solução.

O ministro destacou a importância das coordenações das políticas públicas, ressaltando que as complexidades nem sempre são compreendidas pela maioria das pessoas. De acordo com o governo, o país voltou a ter uma política de planeamento energético “alicerçada” na ciência, levando em consideração requisitos técnicos e sociais.

O ministro afirma que qualquer decisão não se dará por critérios dogmáticos no planejamento da pasta, mas ressalta que segurança de suprimentos e a menor tarifa possível são os elementos que norteiam as políticas do governo.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), um estudo que mostra como o índice pluviométrico é o menor dos últimos 74 anos. Nas palavras do ministro, o nível é muito menor do que o menor grau já registrado.

 

 

Relatório 

relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou que é prudente e viável, a volta do horário de verão. Esse estudo considera o planejamento para os anos de 2025 e 2026.

O ministro declarou que o relatório reforça o diálogo com todas as entidades que integram a distribuição de energia. Ele cita que o estudo e o relatório vem como indicativo, e que se o estudo apontasse risco energético, o governo decretaria de imediato a volta do horário de verão.

“Não há risco de crise energética”, reforça Alexandre Silveira.

O representante do setor elétrico diz que não haverá negligência. Isso significa que diante do baixo nível das águas, o governo tomará medidas necessárias, com base nas condições que balizam as políticas públicas.

“Não teria nenhuma dúvida se tivéssemos risco energético”, reforçou.

Relógio próximo ao estádio Mane Garrincha, em Brasília • José Cruz/Agência Brasil

Impacto na economia

Considerando os relatórios, Silveira afirmou que a adoção do horário de verão influencia em várias políticas públicas, e vários setores da economia. O ministro diz que nesse mês de setembro, a demanda aumentou em 5% no consumo de energia, o que indica que a economia está crescendo.

“Energia é um insumo fundamental para o ciclo virtuoso da economia nacional” reforça Silveira.

O setor de serviços e indústria divergem sobre a efetividade do horário de verão. E explica que embora não tenhamos uma crise de geração de energia, a demanda entre 18h e 20h é algo que sobrecarrega o sistema, que combinado as condições de escassez hídrica, demandem a adoção de novas medidas.

Mercado de energia

O ministro reforça que o planejamento estratégico do governo considera a democratização da escolha da matriz energética que os indivíduos possam escolher aquele que lhe cubra melhor.

Atualmente, apenas as indústrias de grande porte têm a liberdade de escolher a matriz energética que será utilizada e consumida

“Infelizmente as fontes de energias intermitentes não garantem o abastecimento do sistema todo”, pontuou ao falar da dependência das hidroelétricas.

Por CNN