A Alegria Contagiante de ‘A Banda’ de Chico Buarque

Cristóvan Aguiar – Sempre Livre

A música ‘A Banda’, composta por Chico Buarque em 1966, é uma das obras mais emblemáticas da música popular brasileira. Com uma melodia alegre e um ritmo que remete às marchinhas de carnaval, a canção narra a passagem de uma banda pela cidade e o efeito que essa passagem tem sobre as pessoas que a observam. A letra é uma celebração da vida e do amor, capaz de transformar a rotina e o estado de espírito das pessoas.

A letra de ‘A Banda’ descreve como diferentes personagens da cidade interrompem suas atividades cotidianas para apreciar o desfile da banda. O homem sério, a namorada sonhadora, a moça triste, o velho cansado e até a Lua são tocados pela música. A banda, cantando ‘coisas de amor’, simboliza um momento de fuga da realidade, um instante em que as preocupações e tristezas são deixadas de lado em favor da alegria e da esperança. A música tem o poder de unir as pessoas, trazendo um sentimento de comunidade e compartilhamento de uma experiência coletiva.

No entanto, a canção também reflete sobre a efemeridade desses momentos de felicidade. Após a banda passar, tudo volta ao seu lugar, e a dor e a rotina reassumem seu espaço. Esse contraste entre a alegria temporária e o retorno à realidade pode ser interpretado como uma metáfora da vida, onde momentos felizes são preciosos, mas passageiros. Chico Buarque, conhecido por suas letras que frequentemente contêm críticas sociais e políticas, aqui oferece uma visão mais lúdica e otimista, ainda que não deixe de tocar na melancolia que segue a efusão de alegria. Veja abaixo letra e assista o vídeo.

PS: Texto gerado por computador.

A Banda

Estava à toa na vida

O meu amor me chamou

Pra ver a banda passar

Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida

Despediu-se da dor

Pra ver a banda passar

Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou

O faroleiro que contava vantagem parou

A namorada que contava as estrelas

Parou para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu

A rosa triste que vivia fechada se abriu

E a meninada toda se assanhou

Pra ver a banda passar

Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou

Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou

A moça feia debruçou na janela

Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu

A Lua cheia que vivia escondida surgiu

Minha cidade toda se enfeitou

Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto

O que era doce acabou

Tudo tomou seu lugar

Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto

Em cada canto uma dor

Depois da banda passar

Cantando coisas de amor

Postado por Maura Sérgia 

Cristóvan Aguiar – Sempre Livre