O envelhecimento é um processo que envolve muitas adaptações e perdas. No entanto, a ideia de que o idoso é um ser frágil e sem expectativas não poderia estar mais errada. Afinal de contas, as pessoas com mais de 60 anos, população que, cada vez mais cresce no Brasil – dados do IBGE apontam que o número de idosos deve chegar a 25,5% da população brasileira até 2060 – são cada vez mais ativas na sociedade. Socialização, atividade física e um bom acompanhamento médico são elementos essenciais para que a terceira idade possa ser vivenciada de uma forma mais feliz e autônoma.
A manutenção do máximo possível de autonomia para o paciente, aliás, é um dos objetivos que a geriatra Fernanda Reis, da S.O.S. Vida, aponta como essencial no tratamento do público idoso.
“Com o tempo, a pessoa pode não conseguir realizar mais todas as atividades que realizava, mas o foca é manter tudo que ela puder fazer, dentro do quadro a de realidade de cada paciente. Hoje os idosos são cada vez menos isoladas e cada vez mais independentes”, comenta a médica.
Fernanda explica que, no acompanhamento dos idosos, é preciso ter uma visão ampla para tratar o indivíduo e tudo que pode ter impacto em sua saúde.
“Nós precisamos avaliar muitos fatores para chegar no melhor tratamento para um idoso, como risco de quedas, sono, funções como audição e visão, o humor, alimentação e atividade física, além de fatores sociais, como a rede de apoia do paciente. O idoso é um indivíduo que, ao tratar uma patologia de forma isolada, se pode criar problemas em outras áreas essenciais para sua qualidade de vida, por isso é preciso uma avaliação ampla”, detalha.
Um fator que a geriatra indica como essencial para a saúde do idoso é a manutenção de vínculos sociais e familiares, o que mantém essa pessoa em socialização.
Um problema muito comum e que podem ter graves consequências também são as quedas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos indicam que a prevalência de pelo menos uma queda por ano na população com mais de 65 anos está entre 30% e 60%. Já nas pessoas acima de 85 o percentual de quedas aumenta em até 34%. Dados também apontam que as quedas são a terceira causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos no Brasil.
A geriatra que atua na S.O.S. Vida de Aracaju, Luana Brandão, diz que atividade física para o ganho de força muscular é um grande aliado na prevenção de quedas e também na manutenção de uma boa saúde para os idosos.
“A perda de massa muscular é um motivo importante do aumento de quedas ao longo da vida. O exercício, aliado a uma alimentação rica em proteínas, é um dos principais fatores para lidar com isso. É importante, porém, que a pessoa comece a fazer atividade física o quanto antes, pois dificilmente uma pessoa jovem que não tem esse hábito vai adquirir ele na terceira idade”, reforça a médica.
Por Assessoria