Promotor e advogado quase “saem na mão” durante júri e polícia precisa ser chamada

O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos e o advogado Alex Viana de Melo quase chegaram às vias de fato durante sessão da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul.

As informações são do site Campo Grande News. Segundo a publicação, o desentendimento teve direito a dedo na cara.

A polícia militar teve de ser chamada, e os jurados retirados do plenário, após uma discussão entre ambos ficar acalorada na reta final do julgamento de Bruno Cézar de Carvalho de Oliveira, motoentregador acusado de matar Emerson Salles.

De acordo com a publicação, a situação teve início quando Viana, em suas  considerações finais, argumentava que seus cliente é um trabalhador – que acumula dois empregos para juntar dinheiro e comprar uma casa para a mãe.

A defesa alega que Bruno matou para se defender de agressões verbais e físicas sofridas por Emerson durante uma briga, e que um xingamento à genitora de Bruno fez com que ele perdesse a cabeça.

Em determinado momento do discurso, para sustentar esta tese, o advogado passou a citar o promotor e o juiz. “Dr. Douglas, nem todo mundo tem a vida que você tem, o salário que você tem, que o Dr. Aluízio tem. Ele mora na Moreninha. Onde você mora?”, questionou.

Foi quando o promotor pediu a palavra e passou a dizer que foi músico de boteco antes de se tornar advogado e promotor.

“Tocava 8 horas por noite para ganhar 25 reais. Saía de carona com garçom e nunca na minha vida passou pela minha cabeça comprar uma arma ilegal para me defender. Não me meça pela régua do assassino que você está defendendo”, retrucou.

O advogado disse ao promotor que não chamasse o entregador de assassino, ao passo que Oldegardo o chamou de “assassino” por três vezes seguidas. Segundo a publicação, foi a partir daí que ambos saíram de suas posições, e passaram a se encarar, com os dedos em riste.

O promotor chegou a dizer que Viana era “advogado do PCC” e o chamou de “canalha”. “Eu sei da sua moral”, acusou o defensor. O juiz Aluízio Pereira dos Santos pediu reforços, mas também se irritou.

“Agora, se quiserem ir lá para fora, vocês podem trocar soco. Não fiz magistratura para separar briga de homem. No máximo, eu chamo a polícia, talvez”, disse o magistrado após os jurados terem sido retirados do plenário.

Após alguns minutos de suspensão, o julgamento foi retomado. No último dia 9 de agosto, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu manter o réu preso até a nova revisão da preventiva, em 11 de novembro – isso se ele não sair livre do julgamento.

Por B News