Apontado por Luís Miranda (DEM-DF) como o nome citado por Jair Bolsonaro no encontro em que teria levado ao presidente da República as suspeitas de irregularidades na contratação de vacinas da Covaxin, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) depõe nesta quinta-feira, 12, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A sessão está previsa para começar às 9h30.
Líder do governo na Câmara, Barros foi ministro da Saúde no governo Michel Temer e tem forte influência no Planalto. Segundo Miranda, ao ouvir o relato sobre a negociação da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19, pelo Ministério da Saúde, levada a ele pelo seu irmão Ricardo Miranda, técnico da pasta, Bolsonaro disse que era “coisa” de Ricardo Barros.
Ricardo Miranda alega ter sido pressionado por superiores para acelerar a documentação para aquisição da vacina. O acordo chegou a ser assinado, no valor de R$ 1,6 bilhão, mas foi suspenso pelo Executivo por suspeitas de irregularidades
Barros já tinha manifestado a sua vontade de comparecer à CPI para dar o seu depoimento. Segundo informações do UOL, governistas relataram que a intenção dos senadores de oposição foi adiar ao máximo este momento para deixar o governo Bolsonaro “sangrar”. Do outro lado, membros do chamado G-7 diziam querer mais tempo para analisar as documentações.
Além de confrontado sobre as informações reveladas pelos irmãos Miranda, o pepista também precisará explicar à CPI as suspeitas que envolvem um contrato firmado com a Global Saúde em 2018 e a negligência da empresa na execução do acordo. Dos R$ 20 milhões que foram negociados, apenas R$ 2,8 milhões teriam sido ressarcidos aos cofres públicos.
A Global nunca enviou os medicamentos de alta complexidade previstos nos contratos e o Ministério Público Federal (MPF) indica que houve favorecimento à empresa, alvo de investigação junto a Barros e servidores da Saúde que trabalhavam à época.
Informações B News